Conversando no bar
Lá vinha o bonde no sobe-e-desce ladeira
E o motorneiro parava a orquestra um minuto
Para me contar casos da campanha da Itália
E do tiro que ele não levou
Levei um susto imenso nas asas da Panair
Descobri que as coisas mudam
E que tudo é pequeno nas asas da Panair
E lá vai menino xingando padre e pedra
E lá vai menino lambendo podre delícia
E lá vai menino senhor de todo o fruto
Sem nehhum pecado, sem rancor
O medo em minha vida nasceu muito depois
Descobri que minha arma é
O que a memória guarda dos tempos da Panair
Nada de triste existe que não se esqueca
Alguém insiste e fala ao coracão
Tudo de triste existe e não se esquece
Alguém insiste e fere no coracão
Nada de novo eciste neste planeta
Que não se fale aqui na mesa do bar...
E aquela briga e aquela fome de bola
E aquele tango e aquela dama da noite
E aquela mancha e a fala oculta
Que no fundo do quintal morreu
Morria cada dia dos dias que eu vivi
Cerveja que tomo hoje é
Apenas em memória dos tempos da Panair
A primeira Coca-cola foi
Me lembro bem agora, nas asas da Panair
A maior das maravilhas foi
Voando sobre o mundo nas asas da Panair
Em volta dessa mesa velhos e mocos
Lembrando o que já foi
Em volta dessa mesa existem outras
Falando tão igual
Em volta dessas mesas existe a rua
Vivendo seu normal
Em volta dessa rua, uma cidade
Sonhando seus metais
Em volta da cidade...
Conversando no bar (Milton Nascimento & Fernando Brant) - Elis Regina(1980)
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Conversando no bar ou Saudades dos avioes da Panair (Milton Nascimento & Fernando Brant) - Monica Salmaso(2000)
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Conversando no bar (Milton Nascimento & Fernando Brant) - Fabiano Medeiros
terça-feira, 19 de agosto de 2008
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