sexta-feira, 27 de novembro de 2009

"Rapaziada do Bras"

Rapaziada do Brás

Lembrar,
Deixe-me lembrar,
Meus tempos de rapaz,
No Braz.

Nas noites de serestas,
Casais de namorados,
E as cordas de um violão,
Tangendo em tom plangente,
Aqueles ternos madrigais.

Sonhar,
Deixe-me sonhar,
Lembrando aquele amor,
Fugaz.

Uma sombra envolta da penumbra,
Detrás da vidraça,
Faz um gesto lânguido,
E cheio de graça,
Imagem de um passado,
Que não volta mais.

Tão somente,
Uma recordação,
Restou daquele grande amor,
Daquelas noites de luar,
Daquela juventude em flor.

Hoje os anos correm muito mais,
E as noites já não tem calor,
E uma saudade imensa,
É tudo que resta,
Ao velho trovador.

Rapaziada do Bras (Alberto Marino & Alberto Marino Junior) - Francisco Petronio & Dilermando Reis(1962)
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Rapaziada do Bras (Alberto Marino) - Jacob do Bandolim(1953)

Rapaziada do Bras (Alberto Marino & Alberto Marino Junior) - Jair Rodrigues(1981)

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A CANÇÃO CONTADA

QUARTA-FEIRA, 11 DE NOVEMBRO DE 2009

O RAPAZ DA RAPAZIADA DO BRÁS FAZ 85. VIVA!


O ex-procurador de Justiça do Estado de São Paulo, o paulistano do Brás Alberto Marino Júnior completa amanhã 85 anos de idade. Ele é o autor da letra para a primeira música dedicada a um bairro da capital paulista, "Rapaziada do Brás", composta por seu pai Alberto Marino na noite de 20 de novembro de 1917 e lançada no ano de 27 pelo Sexteto Bertorino Alma, através do selo fonográfico Brasilphone.

A musa inspiradora da melodia foi Ângela Bentivegna, com quem o autor se casaria em 1924. Desde então, quase uma vintena de músicas foi lançada à praça com títulos parecidos: Rapaziada do Bom Retiro, Rapaziada da Liberdade, Rapaziada do Ipiranga, Rapaziada do Centro, Rapaziada do Pari, Rapaziada das Perdizes, Rapaziada de Santana etc., mas a que ficou para a eternidade foi "Rapaziada do Brás".

A letra da valsa "Rapaziada do Brás", considerada irretocável pelo autor, foi feita num fim de semana a pedido do cantor argentino naturalizado Carlos Galhardo, que a gravou no dia 19 de agosto de 1960, nos estúdios da RCA Victor, e a lançou em outubro do mesmo ano clique aqui!.

"Extraído do blog do Assis Ângelo".


domingo, 22 de novembro de 2009

"Quem sabe"

Quem sabe

Tão longe de mim distante,
Onde irá, onde irá teu pensamento?
Tão longe de mim distante,
Onde irá, onde irá teu pensamento?
Quisera saber agora
Quisera saber agora
Se esqueceste,
Se esqueceste,
Se esqueceste o juramento
Quem sabe se és constante?!
S'inda é meu teu pensamento
Minh'alma toda devora
Da saudade, da saudade agro tormento.
Vivendo de ti ausente,
Ai meu Deus,
Ai meu Deus, que amargo pranto!
Suspiros, angústia e dores
São as vozes, são as vozes do meu canto
Quem sabe Pomba inocente
Se também te corre o pranto
Minh'alma cheia d'amores
Te entreguei já neste canto.

Quem sabe (Carlos Gomes & Bittencourt Sampaio) - Ely Camargo(1964)
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Quem sabe (Carlos Gomes & Bittencourt Sampaio) - Ney Matogrosso ao vivo(1987)

Quem sabe (Carlos Gomes & Bittencourt Sampaio) - Cleidiane Santos ao vivo



A CANÇÃO CONTADA

Nascido em Campinas (SP), Antonio Carlos Gomes, partiu no ano de 1859 (com pouco mais de 20 anos), em turne com o irmão e o amigo Henrique Luiz Levy. Ao chegar na capital Paulista, se aproximou dos estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Em homenagem aos novos companheiros, compôs o "Hino Acadêmico" e pensando no seu primeiro amor (Ambrosina), a modinha "Quem sabe", de uma poesia de Francisco Leite de Bittencourt Sampaio, obras que o tornaram conhecido entre as repúblicas estudantis de então e ainda são cantadas até os dias de hoje.

Quem sabe (Carlos Gomes & Bittencourt Sampaio) - Agnaldo Timóteo ao vivo(2008)

sábado, 21 de novembro de 2009

"Prece ao vento"

Prece ao vento

Vento que balança
as palhas do coqueiro
Vento que encrespa
as ondas do mar
Vento que assanha
os cabelos da morena
e traz noticias de lá
Vento que assobia no telhado
chamando para a lua espiar ô
ou vento que na beira lá da praia
escutava o meu amor a cantar
(nem que seja triste, seja triste, seja só
nem que seja triste, seja triste, seja só)

Vento, vento diga por favor
aonde se escondeu o meu amor
(nem que seja triste, seja triste, seja só)

Vento, vento diga por favor
aonde se escondeu o meu amor
(nem que seja triste, seja triste, seja só)


Prece ao vento (Gilvan Chaves & Fernando Luis & Alcyr Pires Vermelho) - Wilson Simonal(1969)
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Prece ao vento (Gilvan Chaves & Fernando Luis & Alcyr Pires Vermelho) - Terezinha de Jesus(1981)

Prece ao vento (Gilvan Chaves & Fernando Luis & Alcyr Pires Vermelho) - Coral da Lira Padre Anchieta ao vivo

terça-feira, 17 de novembro de 2009

"Abandono"

Abandono

Se voltar não faça espanto
Cuide apenas de você
De um jeito nessa casa
Ela é nada sem você

Regue as plantas na varanda
Elas devem lhe dizer
Que eu morri todos os anos
Quando esperei você

Se voltar não me censure
Eu não pude suportar
Nada entendo de abandono
Só de amor e de esperar

Olhe bem pelas vidraças
Elas devem lhe mostrar
Os caminhos do horizonte
Onde eu fui lhe procurar

Não repare na desordem
Dessa casa quando entrar
Ela diz tudo o que eu sinto
De tanto lhe esperar


Abandono (Ivor Lancellotti) - Fabio Jr.(1995)
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Abandono (Ivor Lancellotti) - Roberto Carlos(1979)

Abandono (Ivor Lancellotti) - Mario Cesar



A CANÇÃO CONTADA

Em 01/03/1975, o jornalista Aramis Millarch escreveu:

“Uma prova de quando é importante um bom produtor na carreira de uma cantora é o último elepê de Eliana Pittman, filha (adotiva do admirável Booker Pittman (1909-1969.

Animada, talvez pelo sucesso de "Das 200 prá lá" um dos primeiros sambas de João Nogueira a ganhar gravação e projeção, Eliana Pitman decidiu assumir-se como sambista, já que tem tudo para entrar na categoria das grandes vocalistas de nosso samba, onde brilham, atualmente, com intensidade os nomes de Beth Carvalho e Clara Nunes.

Trocando a Odeon pela RCA Victor e ali tendo a facilidade de ganhar como produtor o admirável e competente Sérgio Cabral, Eliana Pittman começa praticamente uma nova carreira a partir deste "Tô chegando já cheguei" (Victor, 103.0084, outubro/74).

Sérgio Cabral, um homem que sabe das coisas de nossa música, escolheu um repertório apropriado à voz de Eliana, brasileiríssimo e de fácil comunicabilidade. Assim o disco abre com um samba inédito que dá titulo ao disco.

Quatro sambas novos complementam o lado A deste elepê, todos do melhor nível, sendo um deles, "Abandono" de Ivor Lancellotti, uma das revelações de 1974, já com um bom números de trabalhos gravados.....” clique aqui!


Em 1979 a canção foi incuída no disco anual do Roberto Carlos, passando, a partir daí, a fazer parte da vitrine do cancioneiro popular, graças à intervenção do grande intérprete, que a levou até para fora do país clique aqui!.

Em 1980, fez parte da trilha sonora da novela global “Olhai os lírios do campo”, na voz do autor clique aqui!.

De lá pra cá, ganhou versões, entre outras, de Altemar Dutra clique aqui!, Maria Odette clique aqui! e Sergio Reis clique aqui!.



domingo, 15 de novembro de 2009

"O ciume"

O ciúme

Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia

Tudo esbarra embriagado de seu lume

Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia

Só vigia um ponto negro: o meu ciúme

O ciúme lançou sua flecha preta

E se viu ferido justo na garganta

Quem nem alegre nem triste nem poeta

Entre Petrolina e Juazeiro canta

Velho Chico vens de Minas

De onde o oculto do mistério se escondeu

Sei que o levas todo em ti, não me ensinas

E eu sou só, eu só, eu só, eu

Juazeiro, nem te lembras dessa tarde

Petrolina, nem chegaste a perceber

Mas, na voz que canta tudo ainda arde

Tudo é perda, tudo quer buscar, cadê

Tanta gente canta, tanta gente cala

Tantas almas esticadas no curtume

Sobre toda estrada, sobre toda sala

Paira, monstruosa, a sombra do ciúme


O ciume (Caetano Veloso) - Barbara Casini Quartet & Max Aloe(2003)
clique aqui!

O ciume (Caetano Veloso) - Na Ozzetti & Andre Mehmari(2005)

O ciume (Caetano Veloso) - Gal Costa & Caetano Veloso



A CANÇÃO CONTADA

"O ciúme no ponto negro de Caetano"


Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia

Tudo esbarra embriagado de seu lume

Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia

Só vigia um ponto negro: o meu ciúme

Existem canções, ou poesias, ou imagens que são paradoxais: explodem no coração tão universais como se todos compreendessem igual, ao mesmo tempo que trazem experiências pessoais que nem o compositor imaginou. Feito desde a primeira vez em que ouvi a música “O Ciúme” de Caetano Velloso. Seguramente a Bahia litorânea de Caetano não era a minha, mas Juazeiro e Petrolina eram, mesmo sendo esta pernambucana. Como os amores que atordoaram minha incompletude em plena Ilha do Fogo. Ou na Praça da Matriz, na Rua da Apolo, um acarajé no fim de tarde.

O ciúme lançou sua flecha preta
E acertou no meio exato da garganta
Quem nem alegre nem triste nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta
Velho Chico vens de Minas

E a primeira vez que a ouvi ou pelo menos prestei atenção na sua letra foi pela voz de Maria Bethania em disco não tão remoto no tempo (clique aqui! ). Mas o ciúme veio de longe, pelo leito do São Francisco desde as alterosas do sudeste, no planalto da Serra da Canastra.

De onde o oculto do mistério se escondeu
Sei que o levas todo em ti, não me ensinas
E eu sou só, eu só, eu só, eu
Juazeiro, nem te lembras dessa tarde
Petrolina, nem chegaste a perceber
Mas, na voz que canta tudo ainda arde

O ciúme, gêiser inesperado de águas geladas, cortantes como navalha de congelador. Misterioso como as serras de Minas, ensimesmadas numa cadeia de centenas de quilômetros, tão volumosas como o próprio oculto do ciúme. Tão exuberantes como o espontâneo do amor.

Tudo é perda, tudo quer buscar, cadê
Tanta gente canta, tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira, monstruosa, a sombra do ciúme

E Juazeiro me era um contínuo desde o curtume até a loja de couros. Camurças, solas, solados. Esticada película de um mundo em transformação, tão corrente como as águas do rio, mas tão permanentes como a ponte que ainda hoje é.

José do Vale Pinheiro Feitosa.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

"Na subida do morro"

Na subida do morro

Na subida do morro me contaram
Que você bateu na minha nêga
Isso não é direito
Bater numa mulher
Que não é sua
Deixou a nêga quase nua
No meio da rua
A nêga quase que virou presunto
Eu não gostei daquele assunto
Hoje venho resolvido
Vou lhe mandar para a cidade
De pé junto
Vou lhe tornar em um defunto

Você mesmo sabe
Que eu já fui um malandro malvado
Somente estou regenerado
Cheio de malícia
Dei trabalho à polícia
Prá cachorro
Dei até no dono do morro
Mas nunca abusei
De uma mulher
Que fosse de um amigo
Agora me zanguei consigo
Hoje venho animado
A lhe deixar todo cortado
Vou dar-lhe um castigo
Meto-lhe o aço no abdômen
E tiro fora o seu umbigo

Aí meti-lhe o aço, hum! Quando ele ia caindo disse:
- Morangueira você me feriu!
Eu então disse-lhe:
- É claro, você me desrespeitou, mexeu com a minha
nega.
- Você sabe quem em casa de vagabundo malandro não
pede emprego.
- Como é que você vem com xavecada, está armado; eu
quero é ver gordura que a banha está cara.

Aí meti a mão lá na duana, na peixeira, é porque eu
sou de Pernambuco, cidade pequena, porém decente,
peguei o Vargolino pelo abdome,
desci pelo duodeno, vesícula biliar e fiz-lhe uma
trepagem; ele caiu, bum
todo ensangüentado;

E as senhoras como sempre nervosas:
- Meu Deus esse homem morre, moço.
- Coitado olha aí está se esvaindo em sangue;
- Ora minha senhora, dê-lhe óleo canforado,
penicilina, estreptomicina crebiose, hidrazida e até
vacina Saibe;

Mas o homem já estava frio; Agora o malandro que é
malandro não denuncia o outro, espera para tirar a
forra. Então diz o malandro:

Vocês não se afobem
Que o homem dessa vez
Não vai morrer
Se ele voltar dou prá valer
Vocês botem terra nesse sangue
Não é guerra, é brincadeira
Vou desguiando na carreira
A justa já vem
E vocês digam
Que estou me aprontando
Enquanto eu vou me desguiando
Vocês vão ao distrito
Ao delerusca se desculpando
Foi um malandro apaixonado
Que acabou se suicidando.


Na subida do morro (Moreira da Silva & Ribeiro Cunha) - Moreira da Silva ao vivo(1973)
clique aqui!

Na subida do morro (Moreira da Silva & Ribeiro Cunha) - Moreira da Silva(1951)

Na subida do morro (Moreira da Silva & Ribeiro Cunha) - Moreira da Silva & Ney Matogrosso



A CANÇÃO CONTADA

O texto abaixo foi extraído do blog "Macacofonia":

E o breque do meio da semana é hoje com samba de “Kid Morengueira”, o gatilho mais rápido do oeste, que sempre gostou de cinema e aqui aparece cantando “Na subida do morro” no filme “Maria 38″ (1960), de Watson Macedo:



Música adequada para um pratão de feijoada, “Na subida do morro” conta a vingança de um malandro contra outro que bateu em sua mulher: Aí meti a mão lá na duana, na peixeira (…), peguei o Vargolino pelo abdome, desci pelo duodeno, vesícula biliar e fiz-lhe uma tubagem; ele caiu, bum!, todo ensangüentado.

Vendo o número musical isolado do filme, a cena é meio bizarra, com Moreira gingando e detalhando sua “cirurgia” no rival, enquanto os espectadores fumam e conversam impassíveis à malemolência morenguesca.

De sobremesa, um pudim: a gravação que Jards Macalé fez da mesma música, em “Macalé canta Moreira” (2001), seu disco-homenagem ao inventor do samba de breque, com participação de Zeca Baleiro. Tá na mesa: clique aqui!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

"Mambembe"

Mambembe

No palco, na praça, no circo, num banco de jardim
Correndo no escuro, pichado no muro
Você vai saber de mim
Mambembe, cigano
Debaixo da ponte, cantando
Por baixo da terra, cantando
Na boca do povo, cantando

Mendigo, malandro, moleque, molambo, marginal
Escravo fugido ou louco varrido
Vou fazer meu festival
Mambembe, cigano
Debaixo da ponte, cantando
Por baixo da terra, cantando
Na boca do povo, cantando

Poeta, palhaço, pirata, corisco, errante judeu
Dormindo na estrada, não é nada, não é nada
E esse mundo é todo meu
Mambembe, cigano
Debaixo da ponte, cantando
Por baixo da terra, cantando
Na boca do povo, cantando


Mambembe (Chico Buarque) - Chico Buarque(1972)
clique aqui!

Mambembe (Chico Buarque) - Nara Leao(1980)

Mambembe (Chico Buarque) - Ze Luiz Mazziotti ao vivo



A CANÇÃO CONTADA

Até pode dar-se o caso de que, afinal, não venha a ser a beleza a salvar o mundo... mas a verdade é que nos ilumina a existência. A beleza deste vídeo é, muito mais do que a canção ("Mambembe"), o gozo que o Chico e a Roberta Sá retiram deste momento a dois (a três, contando com o excelente guitarrista Marcello Gonçalves)... e a cumplicidade que escorre de cada olhar, de cada gesto, de cada palavra. Este nível de cumplicidade aperta os poros e faz levantar o pelos dos antebraços...

O Chico é o Chico e a Roberta Sá, a voz mais serena e bonita da nova música brasileira.

Extraído do blog “Cantigueiro”

"Mambembe" fez parte da trilha sonora do filme "Quando o carnaval chegar" de Cacá Diegues.


domingo, 8 de novembro de 2009

"Lealdade"

Lealdade

Serei, serei leal contigo, quando eu cansar dos teus beijos te digo e tu também liberdade terás Pra quando quiseres bater a porta sem olhar pra trás se o teu corpo cansar dos meus braços se o teu ouvido cansar da minha voz quando teus olhos cansarem dos meus olhos não é preciso haver falsidade entre nós serei, serei leal contigo....


Lealdade (Wilson Batista & Jorge de Castro) - Caetano Veloso ao vivo(1986)
clique aqui!

Lealdade (Wilson Batista & Jorge de Castro) - Orlando Silva(1942)


A CANÇÃO CONTADA

"Sei que a grande maioria adora o João Gilberto (inclusive eu!). Por isso, não vou deixar que essa conversa passe 'no batido', mas sim na batida... no toque do Midas, o grande João Gilberto!

Desta vez temos uma coletânea, reunindo momentos de apresentações ao vivo feitas pelo João em épocas e lugares distintos. Essas gravações, autênticos 'bootlegs', foram selecionadas e trabalhadas pelo meu amigo Christophe Rousseau e na parceria eu criei a capinha (gostaram?).

Temos 14 momentos do artista em apresentações que se iniciam em Recife, seguindo depois para outros lugares que não foi possível identificar e nem saber a data. Há também registros de encontro com o Astrud e o saxofonista americano Stan Getz, certamente feito nos 'States'. Eu acredito que algumas coisas aqui nunca chegaram a ser gravadas oficialmente por Ele. As gravações estão em muito boa qualidade e tratadas pelo Chris ficaram ainda melhor.

Sem dúvida, ouvir João Gilberto ao vivo é outra coisa. Seu carisma se faz presente apenas ao ouvi-lo e ao vivo fica inda mais evidente essa sensação. Minha intenção ao fazer esta postagem foi mais uma vez a de demonstrar o quanto Ele é importante para mim, para você e para todos os que estão vivos" clique aqui!

Extraído do blog "Toque Musical".



sexta-feira, 6 de novembro de 2009

"Ja te digo"

Já te digo

Um sou eu, o outro eu não sei quem é
Um sou eu, o outro eu não sei quem é
Ele sofreu pra usar colarinho em pé
Ele sofreu pra usar colarinho em pé

Vocês não sabem quem é ele? Pois eu vos digo!
Vocês não sabem quem é ele? Pois eu vos digo!
Ele é um cabra muito feio
Que fala sem receio, sem medo de perigo
Ele é um cabra muito feio
Que fala sem receio, sem medo de perigo

Um sou eu, o outro eu não sei quem é
Um sou eu, o outro eu não sei quem é
Ele sofreu pra usar colarinho em pé
Ele sofreu pra usar colarinho em pé

Ele é alto, magro e feio, é desdentado
Ele é alto, magro e feio, é desdentado
Ele fala do mundo inteiro, e já tá avacalhado aqui no Rio de Janeiro
Ele fala do mundo inteiro, e já tá avacalhado aqui no Rio de Janeiro


Ja te digo (China & Pixinguinha) - Nadinho da Ilha(1999)
clique aqui!

Ja te digo (China & Pixinguinha) - Ze da Velha & Silverio Pontes(2006)

Ja te digo (China & Pixinguinha) - Choro da Aldeia ao vivo



A CANÇÃO CONTADA

Considerando-se atingidos pelo “Quem são eles”, os irmãos Pixinguinha e China (Otávio da Rocha Viana) revidaram com o “Já te digo”, em que achincalham o rival Sinhô. Terceira resposta ao “Quem são eles” esta foi também a de maior sucesso e a mais cruel ( “Ele é alto, magro e feio / e desdentado / ele fala do mundo inteiro / e já está avacalhado…”), sendo as outras o “Fica calmo que aparece”, de Donga, e “Não és tão falado assim”, de Hilário Jovino. O curioso é que, a rigor, a polêmica foi gratuita, pois não havia no samba de Sinhô qualquer alusão ofensiva aos adversários.

Pela repercussão alcançada no carnaval de 1919, “Já te digo” projetou Pixinguinha como compositor. Com uma forma musical mais definida do que a maioria criada por seus contemporâneos, ele extravasava em suas composições um conhecimento teórico de música superior. “Já te digo” tem a forma A-B-A-C-A-D-A, sendo que cada grupo de quatro compassos é repetido sempre ao longo de cada segmento. A composição é ainda o primeiro exemplo da extraordinária capacidade de Pixinguinha de prender ouvinte já na introdução, um primor neste caso. Mais tarde, como arranjador de música alheia, isso se repetiria constantemente. Por coincidência, “Já te digo” e “Quem são eles” foram lançados por um mesmo cantor, o Baiano da Casa Edison clique aqui!

Extraído do site “Recordando a MPB”

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

"Imagens"

Imagens

A Lua É Gema Do Ovo
No Copo Azul Lá Do Céu
Se A Imagem É Maluca
Se Eu Sou Mau Compositor
É Que Tenho A Alma Em Sinuca
Maluca Pelo Teu Amor
O Beijo É Fósforo Aceso
Na Palha Seca Do Amor
Porém Foi O Teu Desprezo
Que Me Fez Compositor.


Imagens (Valzinho & Orestes Barbosa) - Jards Macale(1974)

Imagens (Valzinho & Orestes Barbosa) - Zeze Gonzaga(1979)