sábado, 23 de maio de 2009

"Samba abstrato"

Samba abstrato

O tempo e o espaço eu confundo
A linha do mundo é uma reta fechada
Périplo, ciclo
Jornada de luz consumida e reencontrada
Não sei de quem visse o começo
Sequer reconheço
O que é meio, o que é fim
Pra viver no seu tempo
É que eu faço viagens no espaço
De dentro de mim
As conjunções improvaveis
De órbitas estáveis
É que eu me mantenho
E venho arimado um verso
Tropeçando universos
Pra achar-te no fim
Nesse tempo cansado de dentro de mim


Samba abstrato (Paulo Vanzolini) - Carlinhos Vergueiro(2003)
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Samba abstrato (Paulo Vanzolini) - Carmen Costa(1974)


A CANÇÃO CONTADA

Mestre supremo do samba paulista, Paulo Vanzolini e sua curiosa personalidade de cientista/boêmio, nas palavras do crítico Antônio Cândido, revela a lírica contundente do compositor e zoólogo, autor de clássicos essenciais da MPB de qualquer tempo.

"Samba abstrato" poderia muito bem ser entendida como alusão ao artista que luta para se manter no palco enquanto muitos tentam lhe fechar as cortinas.

No programa "Roda Viva" na TV, Vanzolini contou:Arnaldo Pedroso Horta era meu maior fã de música. Um dia, nós estávamos no barzinho e ele disse: Tem algum samba novo?. Eu cantei e no dia seguinte estava no Jornal da Tarde: "Samba abstrato". O nome "Samba abstrato" foi o Arnaldo... Quando eu cantei para ele tinha feito, não tinha posto nome ainda, "Samba abstrato". Ele que pôs o nome.

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