sábado, 30 de maio de 2009
"Balancamba"
sexta-feira, 29 de maio de 2009
"A favela vai abaixo"
Quanta saudade tu terás deste torrão
Da casinha pequenina de madeira
que nos enche de carinho o coração
Que saudades ao nos lembrarmos das promessas
que fizemos constantemente na capela
Pra que Deus nunca deixe de olhar
por nós da malandragem e pelo morro da Favela
Vê agora a ingratidão da humanidade
E o poder da flor sumítica, amarela
que sem brilho vive pela cidade
impondo o desabrigo ao nosso povo da Favela
Minha cabocla, a Favela vai abaixo
Arruma as "troxa", vamo embora pro Bangú
Buraco Quente, adeus pra sempre meu Buraco
Eu só te esqueço no buraco do Caju
Isto deve ser despeito dessa gente
porque o samba não se passa para ela
Porque lá o luar é diferente
Não é como o luar que se vê desta Favela
No Estácio, Querosene ou no Salgueiro
meu mulato não te espero na janela
Vou morar lá na Cidade Nova
pra voltar meu coração para o morro da Favela
Contratado pelo prefeito Prado Júnior, o urbanista Alfred Agache elaborou, em 1927, um extenso plano de remodelação da cidade do Rio de Janeiro, que incluía a demolição do morro da Favela, situado próximo da zona portuária. Muito discutido pela imprensa, o projeto inspiraria o samba “A favela vai abaixo”, no qual Sinhô protestava contra a ameaça de desabrigo dos moradores: “Minha cabrocha, a Favela vai abaixo / quanta saudade tu terás deste torrão / (…) / vê agora a ingratidão da humanidade / (…) / impondo o desabrigo ao nosso povo da Favela”.
Contava o poeta Luís Peixoto que o compositor, valendo-se de sua popularidade, chegou a pedir a um ministro de estado sua intercessão junto ao prefeito para que a demolição não se realizasse. Sendo uma das melhores melodias de Sinhô, “A favela vai abaixo” foi destaque numa revista teatral de nome idêntico.
Contrastando com a pesada versão original de Francisco Alves a composição ganhou uma graça especial, bem mais fiel ao estilo do autor, na gravação realizada por Mario Reis, em 1951 (álbum de três discos sobre Sinhô, com preciosos arranjos de Radamés Gnattali). Isso leva a crer que, na dupla formada pelos dois cantores, nos idos de trinta, foi benéfica a influência de Mario sobre Chico, ajudando-o a se desfazer do ranço operístico, incompatível com a interpretação de sambas como este.
"Extraído do site Cifrantiga"
quarta-feira, 27 de maio de 2009
"Valera a pena"
Pra minha alma debrucar nas janelas
E outra vez olhar luz do sol
E sentir o cheiro bom do mar
Respirar bem fundo o ar das manhãs
Vale a pena encher a casa de flor
E deixar a mesa posta prá dois
Retornar da Escuridão...
Isso só já valerá...
domingo, 24 de maio de 2009
"Taxi lunar"
EU TOMEI
NO DIA 16 DE MAIO
VIAJEI
ESPAÇONAVE ATROPELADA
PROCUREI
O MEU AMOR APERREADO
APENAS APANHEI NA BEIRA-MAR
UM TÁXI PRA ESTAÇÃO LUNAR
BELA LINDA CRIATURA
BONITA
NEM MENINA NEM MULHER
TEM ESPELHO NO SEU ROSTO
DE NEVE
NEM MENINA NEM MULHER
APENAS APANHEI NA BEIRA-MAR
UM TÁXI PRA ESTAÇÃO LUNAR
PELA SUA CABELEIRA
VERMELHA
PELOS RAIOS DESSE SOL
LILÁS
PELO FOGO DO TEU CORPO
CENTELHA
BELOS RAIOS DESSE SOL
APENAS APANHEI NA BEIRA-MAR
UM TÁXI PRA ESTAÇÃO LUNAR
sábado, 23 de maio de 2009
"Samba abstrato"
A linha do mundo é uma reta fechada
Périplo, ciclo
Jornada de luz consumida e reencontrada
Não sei de quem visse o começo
Sequer reconheço
O que é meio, o que é fim
Pra viver no seu tempo
É que eu faço viagens no espaço
De dentro de mim
As conjunções improvaveis
De órbitas estáveis
É que eu me mantenho
E venho arimado um verso
Tropeçando universos
Pra achar-te no fim
Nesse tempo cansado de dentro de mim
No programa "Roda Viva" na TV, Vanzolini contou:Arnaldo Pedroso Horta era meu maior fã de música. Um dia, nós estávamos no barzinho e ele disse: Tem algum samba novo?. Eu cantei e no dia seguinte estava no Jornal da Tarde: "Samba abstrato". O nome "Samba abstrato" foi o Arnaldo... Quando eu cantei para ele tinha feito, não tinha posto nome ainda, "Samba abstrato". Ele que pôs o nome.
terça-feira, 19 de maio de 2009
"Recordar"
Eu ontem sonhei com você.
(bis)
Eu sonhei,
Meu grande amor,
Que você foi embora,
Logo depois voltou.
"Quantos beijos"
Para sempre dar o que você queria
Mas quando eu satisfazia os teus desejos
Quantas juras... quantos beijos...
Quantos beijos
Quando eu saía
Meu deus, quanta hipocrisia!
Meu amor fiel você traía
Só eu é quem não sabia
Ai ai meu deus mas quantos beijos...
Não esqueço aquelas frases sem sentido
Que você dizia sempre ao meu ouvido
Você porém mentia em todos os ensejos
Quantos juras... quantos beijos...
sexta-feira, 15 de maio de 2009
"Paraiba"
E Mandacaru secou
Quando o Ribaçã de sede
Bateu asa e voou
Foi aí que eu vim me embora
Carregando a minha dor
Hoje eu mando um abraço
Pra ti pequenina
Paraíba masculina,
Muié macho, sim sinhô
Paraíba masculina
Muié macho, sim sinhô
Eta pau pereira
Que em princesa já roncou
Eta Paraíba
Muié macho sim sinhô
Eta pau pereira
Meu bodoque não quebrou
Hoje eu mando
Um abraço pra ti pequenina
Paraíba masculina,
Muié macho, sim sinhô
Paraíba masculina
Muié macho, sim sinhô
Quando a lama virou pedra
E Mandacaru secou
Quando ribaçã de sede
Bateu asa e voou
Foi aí que eu vim me embora
Carregando a minha dor
Hoje eu mando um abraço
Pra ti pequenina
Paraíba masculina,
Muié macho, sim sinhô
Paraíba masculina
Muié macho, sim sinhô
Eta, eta,
muié macho sim sinhô
muié macho macho sim sinhô
“Escrito por Rui Leitão para portalbip.com”.
"O cavalo de Sao Jorge"
Vamos fazer samba que o santo guerreiro hoje está na aldeia
Tem samba no mar, sereia
Tem samba no mar, sereia
Oi, tem samba no mar, sereia
Tem samba no mar sereia
É o que diz o povo:
Que hoje a poliça não contrareia
Tem samba no mar, sereia
Tem samba no mar, sereia
Quando o cavalo de são Jorge corcoveia
O que é que cai de seu alforje, lua cheia
Luz que alumeia quem samba na beira do mar, sereia
Luz que clareia no samba só me faz lembrar Candeia
Vem sambar, que tem samba no mar
Vem sambar que tem samba no mar
Não vadeia quelé, não vadeia, não vadeia
Não vadeia quelé Clementina, não vadeia
Eu queria poder pegar na cintura dela
Mas seu namorado está de olho nela
Mas seu namorado está de olho nela
O cavalo de São Jorge foi passear na areia
Vamos fazer samba enquanto o cavalo de Ogum passeia
Tem samba no mar, sereia
Tem samba no mar, sereia
Oi, tem samba no mar, sereia
Tem samba no mar, sereia...
quinta-feira, 14 de maio de 2009
"Mal-me-quer"
Ela então me respondeu que não
Eu me lembrei
Que nunca teve coração.
A flor mulher iludiu meu coração
É uma flor ainda em botão
Diz que ela me quer bem
De mais ninguém...
terça-feira, 12 de maio de 2009
"Lata d'agua"
Lá vai Maria
Lá vai Maria
Sobe o morro e não se cansa
pela mão leva a criança
Lá vai Maria
Maria, lava roupa lá no alto
lutando, pelo pão de cada dia
sonhando, com a vida do asfalto
que acaba, onde o morro principia.
Uma das raras duplas de talento formadas nos anos cinqüenta para se dedicar ao repertório carnavalesco, Luís Antônio (Antônio de Pádua Vieira da Costa) e Jota Júnior (Joaquim Antônio Candeias Júnior) já tinham feito sucesso no ano anterior com o samba "Sapato de pobre", cantado por Marlene. Na ocasião, capitães do Exército, servindo na Escola Especializada da Academia Militar, os dois passavam diariamente por um morro ao pé do qual uma bica d'água servia aos moradores. A inspiração nasceria ao verem a cena que descreveram na composição: uma crioula barriguda equilibrando uma lata na cabeça, enquanto levava uma criança.
domingo, 10 de maio de 2009
"Juazeiro"
Me arresponda, por favor,
Juazeiro, velho amigo,
Onde anda o meu amor
Ai, juazeiro
Ela nunca mais voltou,
Diz, juazeiro
Onde anda meu amor
Juazeiro, não te alembra
Quando o nosso amor nasceu
Toda tarde à tua sombra
Conversava ele e eu
Ai, juazeiro
Como dói a minha dor,
Diz, juazeiro
Onde anda o meu amor
Juazeiro, seje franco,
Ela tem um novo amor,
Se não tem, porque tu choras,
Solidário à minha dor
Ai, juazeiro
Não me deixa assim roer,
Ai, juazeiro
Tô cansado de sofrer
Juazeiro, meu destino
Tá ligado junto ao teu,
No teu tronco tem dois nomes,
Ele mesmo é que escreveu
Ai, juazeiro
Eu num güento mais roer,
Ai, juazeiro
Eu prefiro inté morrer.
Ai, juazeiro...
"Insensatez"
Eu pensei que pudesse te ver sem sofrer
Sem perturbar-me, sem nada sentir, sem ceder
Foi pensando em te olhar com desdém
Foi querendo humilhar-te também
Que atendi teu chamado e no fim
Que vergonha que sinto de mim
Eu só vim pra beijar-te outra vez
Pra querer-te com insensatez
Só nasci pra seguir os teus passos
Morrer em teus braços
sábado, 9 de maio de 2009
"Homenagem ao malandro"
à nata da malandragem,
que conheço de outros
carnavais.
Eu fui à Lapa e perdi a viagem,
que aquela tal malandragem não existe mais.
Agora já não é normal,
o que dá de malandro
regular profissional,
malandro com o aparato de
malandro oficial,
malandro candidato
a malandro federal,
malandro com retrato
na coluna social;
malandro com contrato,
com gravata e capital, que
nunca se dá mal.
Mas o malandro para valer, não espalha,
aposentou a navalha,
tem mulher e filho e tralha e tal.
Dizem as más línguas que ele até trabalha,
Mora lá longe, chacoalha, no trem da central
Nota sobre Homenagem ao malandro Por Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello | |
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A época da estréia do musical "Ópera do Malandro", Chico Buarque descreveu e justificou o ambiente da peça em entrevistas a Isto É e Manchete: "Nós pegamos a Lapa, os bordéis, os agiotas, os contrabandistas, os policiais corruptos, os empresários inescrupulosos. (...) Tomamos como ponto de partida o que o italiano chama de Malacittá, o bas fond. Esta Lapa (que) começava a morrer era o prenúncio de uma série de outras mortes: da malandragem, de Madame Satã, de Geraldo Pereira, de Wilson Batista. Foi o fim da era de ouro do sambista urbano carioca. "Essa história está contada na letra de "Homenagem ao Malandro", uma das melhores composições do musical: "Eu fui fazer um samba em homenagem / à nata da malandragem que conheço de outros carnavais / eu fui à Lapa e perdi a viagem / que aquela tal malandragem não existe mais..." E prossegue, retratando o "novo" malandro, "o malandro profissional", "oficial", "candidato a malandro federal", arrematando: "Mas o malandro pra valer / - não espalha-/ aposentou a navalha / (...) / até trabalha / mora lá longe e chacoalha / num trem da Central..." "Homenagem ao Malandro" é um samba rasgado, com direito a solo de trombone do grande Maciel, breques e uma adequada interpretação de Chico Buarque. No álbum duplo do musical, só lançado em dezembro de 79, este samba é cantado pelo malandro Moreira da Silva, que vive assim o personagem João Alegre. Fonte: Livro 85 anos de Música Brasileira Vol. 2, 1ª edição, 1997, editora 34 |
"Ginga, Angola"
Canta, Congo, no jongo e no caxambu! (REFRÃO - BIS)
Lá nas terras de Matamba
Quando o sol me viu nascer
Minha tia, Sinhá Samba,
Lavou meu camutuê
Com folhinhas de mutamba
Que ganhou de Catendê.
(REFRÃO)
Meu pai é Lembarenganga
Caviungo é meu avô
Sou a paz de Zumbaranda
Flecha de Mutalambô
Sou as águas da Quianda
Sob as cores de Angorô.
(REFRÃO)
Na toada do quiçanje
Na batida do gonguê
Sou o rei Jaga-Caçanje
Sou couro de munganguê
Danço pra Cambarangüanje
Canto alto pra esquecer
(REFRÃO)
sexta-feira, 8 de maio de 2009
"Nova ilusao"
Que ilumina e conduz
Minha nova ilusão
É nos teus olhos que eu vejo
O amor, o desejo do meu coração
És um poema na terra
Uma estrela no céu, um tesouro no mar
És tanta felicidade
Que nem a metade consigo exaltar
Se um beija-flor descobrisse
A doçura e a meiguice
Que teus lábios têm
Jamais roçaria as asas brejeiras
Por entre roseiras em jardins de ninguém
Oh, dona dos sonhos
Ilusão concebida
Surpresa que a vida
Me fez das mulheres
Há em meu coração
Uma flor em botão
Que abrirá se quiseres
terça-feira, 5 de maio de 2009
"Farinha"
euforbiáceas, euforbiáceas
de nome manihot utlíssima que um tio meu apelidou de macaxeira
e foi aí que todo mundo achou melhor!...
a farinha tá no sangue do nordestino
eu já sei desde menino o que ela pode dar
e tem da grossa, tem da fina se não tem da quebradinha
vou na vizinha pegar pra fazer pirão ou mingau
farinha com feijão é animal!
o cabra que não tem eira nem beira
lá no fundo do quintal tem um pé de macaxeira
a macaxeira é popular é macaxeira pr`ali, macaxeira pra cá
e em tudo que é farinhada a macaxeira tá
você não sabe o que é farinha boa
sexta-feira, 1 de maio de 2009
"E isso que eu mereco"
Um dia me trata direito
No outro amanhece pelo avesso
Eu pergunto a você
Meu bem é isso que eu mereço?
Sou tranquila
Sou serena
Na roda de samba chego devagar
Ligo de verso de improviso
A quem me desafiar
Só em casa não consigo
Manter a situação
E me esculacha sem verso
É quem mais manda no meu coração
O que você prometeu
Ficou só no prometido
Diz que é cobra venenosa
E não tá certo comigo
Solta os bichos a toda hora
Só pra me botar defeito
Tenha santa paciência
Isso não está direito
E isso que eu mereco (Zecao & Jovelina Perola Negra) - Jovelina Perola Negra & Cassiana(2007)
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E isso que eu mereco (Zecao & Jovelina Perola Negra) - Veronica Sabino(1995)
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