terça-feira, 30 de março de 2010
"Chuva, gente e carnaval"
sábado, 27 de março de 2010
"Sera"
Eu não pertenço a você
Não é me dominando assim
Que você vai me entender
Eu posso estar sozinha
Mas eu sei muito bem aonde vou
Você pode até duvidar
Acho que isso não é amor
Será só imaginação
Será que nada vai acontecer
Será que é tudo isso em vão
Será que vamos conseguir vencer
Nos perderemos entre monstros
Da nossa própria criação
Serão noites inteiras
Talvez por medo da escuridão
Ficaremos acordados
Imaginando alguma solução
Pra que esse nosso egoísmo
Não destrua nosso coração
Será só imaginação
Será que nada vai acontecer
Será que é tudo isso em vão
Será que vamos conseguir vencer
Brigar pra que se é sem querer
Quem é que vai nos proteger
Será que vamos ter que responder
Pelos erros a mais
Eu e você
Será só imaginação
Será que nada vai acontecer
Será que é tudo isso em vão
Será que vamos conseguir vencer
Brigar pra que se é sem querer
Quem é que vai nos proteger
Será que vamos ter que responder
Pelos erros a mais
Eu e você
Extraído da história da banda “Legião Urbana”.
"Depois de dois meses em Brasília, chegou a notícia de que a única pessoa que poderia produzir o disco era o jornalista José Emílio Rondeau, que escrevia sobre música desde 1977... Renato (Russo) ficou feliz. Gostava muito dele e de sua mulher, Ana Maria Bahiana.
"Caprichos do destino"
Olhasse a terra e visse o meu estado
Na certa compreenderia
O meu trilhar desesperado
E tendo ele em suas mãos o leme dos destinos
Não deixar-me-ia assim a cometer desatino
E doloroso, mas infelizmente é a verdade
Eu não devia nem sequer pensar
Numa felicidade que não posso ter mais
Sinto uma revolta dentro do meu peito
E muito triste não se ter direito
Nem de viver
Jamais consegui
Um sonho ver concretizado
Por mais modesto e banal
Sempre me foi negado
Assim meu Deus francamente devo desistir
Contra os caprichos da sorte
Eu não devo insistir
Eu quero fugir ao suplício
A que fui condenado
Eu quero deixar esta vida
Onde eu fui derrotado
Sou um covarde bem sei
Que o direito é levar a cruz ate o fim
Mas não posso é pesada demais para mim
É doloroso mas infelizmente é a verdade
Eu não devia nem sequer
Pensar numa felicidade
Que não posso ter mais
Sinto uma revolta dentro do meu peito
E muito triste não se ter direito
Nem de viver
segunda-feira, 22 de março de 2010
"Naquela noite"
sexta-feira, 19 de março de 2010
"Tortura de amor"
E que minha alma esperava por ti
Apareceste afinal
Torturando este ser que te adora
Volta, fica comigo só mais uma noite
Quero viver junto a ti
Volta, meu amor
Fica comigo, não me despreze
A noite é nossa e o meu amor pertence a ti
Hoje eu quero paz,
Quero ternura em nossa vida
Quero viver, por toda vida, pensando em ti
Hoje eu quero paz,
Quero ternura em nossa vida
Quero viver, por todo vida, pensando em ti
Valdick Soriano foi um cantor desses a quem os bem letrados e bem nascidos costumam chamar de brega. Fez muito sucesso durante toda sua longa vida artística, diferente de outros dignos representantes da nossa “MPB” tão defendidos e elogiados pelos mesmos críticos.
Autor de centenas de composições, sendo a maioria boleros tipo dor-de-cotovelo, tinha um jeito próprio de ser, vestir, cantar e fazia o estilo machão latino que a muitas –pasmem – agradava. Dizia que nunca apanhou e parece até que foi verdade, mas só até o dia em que resolveu tirar proveito da rivalidade entre Crato e Juazeiro, cidades do sul do Ceará, bem na divisa com a terra de seu Luiz, o rei do baião.
Corria o ano de 1966 e tanto cratenses como juazeirenses gozavam da paz e tranquilidade que em suas cidades só eram quebradas com a visita indesejável de alguém da cidade vizinha. Era assim mesmo. A gente ia festar no Crato e apanhava, eles vinham pra Juazeiro, levavam o troco.
Sabedor disso, Valdick resolveu tirar proveito e falou mal de Juazeiro durante o show que fez no Crato. Como agradou, se empolgou, repetiu a dose e desceu a lenha no Crato quando foi cantar
Lembro quando ele chegou a Juazeiro e parou na entrada pensando que o pessoal estava ali para saudá-lo. Coitado, vinha enfiado num terno de tropical azul e montado num Gordini vermelho novinho (40hp de emoção, dizia a propaganda). Foi muita emoção. O homem levou um cacete danado. Quanto mais apanhava mais o povo batia. Só pararam quando a polícia interveio sem muita vontade. Já o carro, coitado, saiu do furdum todo riscado e amassado. Mas o pior ainda estava por vir, foi o golpe de mestre pra fechar a história.
Carlão, jovem filho de uma família tradicional, pegou a camionete cachorreira do pai caçador e saiu com um amigo a catar tudo que era cachorro de rua da cidade. O show transcorria normalmente na quadra João Cornélio, quando chegou ao ápice, Carlão embocou a traseira da camionete na entrada da quadra e soltou os cachorros que haviam catado, todos com uma placa onde se lia: eu não sou Valdick não clique aqui!.
terça-feira, 16 de março de 2010
"Nao chora, nenem"
Não chora neném, meu bem
Eu falei pra você
Que um homem
Não chora neném
Meu bem não chora
Neném, meu bem
Meu passado foi sofrido
O presente melhorou
Do futuro só Deus sabe
Eu sempre curti a mocidade
Porque o tempo me ensinou
Do que é bom correr atrás
Reconquistei a minha paz
Agora não choro mais
sexta-feira, 12 de março de 2010
"Veneno"
É esse fel que você vive a destilar
É essa a paga cruel que você me dá
Só o melhor meu coração te ofereceu
Você cuspiu no prato que comeu
E o mal que isso me faz
Não esperava isso de você jamais
Eu não sabia que você podia ser capaz
De alguém pedir a mão e receber
Depois vingar em vez de devolver
Dei o manto pra quem vai me desnudar
E em meu canto abriguei quem vai me expulsar
Eu te dei de beber
No mesmo copo você vai me envenenar
terça-feira, 9 de março de 2010
"Folhas secas"
Caídas de uma mangueira
Penso na minha escola
E nos poetas da minha Estação Primeira
Não sei quantas vezes
Subi o morro cantando
Sempre o sol me queimando
E assim vou me acabando
Quando o tempo avisar
Que eu não posso mais cantar
Sei que vou sentir saudade
Ao lado do meu violão
Da minha mocidade.
Quando eu piso em folhas secas
Caídas de uma mangueira
Penso na minha escola
E nos poetas
Da minha estação primeira
Não sei quantas vezes
Subi o morro cantando
Sempre o sol me queimando
E assim vou me acabando
Ao pisar em folhas secas caídas de uma mangueira, folhas mortas, dispostas na terra, o poeta pensa na sua morada, na Mangueira. Ali, junto a terra, e resultado da mesma terra, encontram-se as folhas secas da mangueira. Ao pisa-las, o poeta pensa na sua morada, isto é, traz novamente a sua morada enquanto lugar de realização de sua poesia, de seu samba. Isto só foi possível porque as folhas secas estavam junto a terra. Somente junto a terra, comprimindo as folhas, é que o poeta convoca mais uma vez sua morada. Estando agregado a terra o poeta mais uma vez se faz poeta, invocando sua morada.
Mas ainda nos diz o poeta: “Subi o morro cantando / Sempre o sol me queimando”. Ao subir o morro cantando, declamando sua poesia, habitando poeticamente e construindo sua morada, o poeta é tomado pelo calor do sol. Queimando, curtindo a pele, suportando o calor: assim o poeta canta seu samba. Do céu vem o aceno dos deuses, através dos raios solares, que esturricam o homem, cortando-lhe a pele. Do céu também vêm as tempestades, que alagam as ruas e arrastam os casebres e barracos. E eis que a resposta do poeta frente ao divino é cantar seu samba, construindo sua morada. Cantar, para o sambista, é superar a dor proporcionada pelo apelo do divino (“Nossos barracos são castelos / Em nossa imaginação” !?). Rasgando o corpo, o divino nos impõe uma dificuldade, uma nova possibilidade. No entanto, o poeta recebe essa dificuldade como um presente, e tenta, no esforço de retribuir, nomear os deuses, para assim estar disposto novamente ao presente divino. Assim é o movimento de dar, receber e retribuir.
Extraído de “O poeta e sua morada: notas de um samba de Nelson Cavaquinho”, de Carlos Augusto Santana Pereira
Foi a primeira que eu gravei dele. Inclusive é a que abre o disco e também tem mais um motivo: depois que gravei essa música, ele me deu um cavaquinho dele de presente. Até então essa música era inédita clique aqui!.
Agora, mais um texto:
Nos sambas essa relação de pertença a um lugar aparece de forma explícita, como no samba "Folhas secas", que é especial na obra do Nelson Cavaquinho e do Guilherme de Brito, seu parceiro, onde a morada é uma escola de samba, localizada em um morro específico, a Mangueira, que é o seu lugar onde a experiência da vida está ligada ao passado, ao presente e ao futuro.
“Quando piso em folhas secas
Caídas de uma mangueira
Penso na minha escola
E nos poetas da minha Estação Primeira
Não sei quantas vezes
Subi o morro cantando
Sempre o sol me queimando
E assim vou me acabando
Quando o tempo avisar
Que eu não posso mais cantar
Sei que vou sentir saudades
Ao lado do meu violão
Da minha mocidade.”
Aqui a morada é um lugar, uma comunidade que evoca, traz sentimentos, lembranças. Neste samba notamos que há a percepção da vida como um ciclo de eterno recomeços em meio às labutas diárias e encontros. As coisas são sinais; as aparências (folhas secas de uma mangueira lembrando a Escola de Samba símbolo do Brasil, por exemplo) revelam significados profundos, histórias, sentimentos, laços.
Por um lado este samba vai mostrar a realidade do sinal, a percepção dessas folhas que caem e que quando pisadas o autor vai tomando contato com as lembranças que fazem-no rememorar fatos da vida. É uma espécie de maravilhamento diante do real que vai gerando uma relação de pertença àquele lugar. Por outro lado, o samba apresenta uma visão que valoriza a sacralidade do lugar, onde a realidade é percebida como provedora.
Escrito por José Eduardo Ferreira Santos.
Prá finalizar, de lambuja mais duas gravações: com Raul de Barros(1974) clique aqui! e com Rosemary(2006) clique aqui!.
quarta-feira, 3 de março de 2010
"Dor de cotovelo"
Hoje muito whisky, muita alegria,
Amanhã ressaca, saco de gelo
O bar não é doutor que cure a dor de cotovelo
A dor pra curar não tem receita
É corcunda que se deita
Sem achar a posição
E sentir saudade não faz mal
Não é no fundo do copo
Que você vai encontrar sua moral
Beber pra esquecer...
Extraído do Wikipédia
segunda-feira, 1 de março de 2010
"El rey"
de quatro caras diferentes
de quatrocentas celas
cheias de gente
Eu vi El Rey andar de quatro
de quatro patas reluzentes
de quatrocentas mortes...
Eu vi El Rey andar de quatro
de quatro poses atraentes
de quatrocentas velas
feitas duendes
Extraído do site jeocaz.wordpress.com