Mamãe eu quero mamar!
Dá a chupeta, dá a chupeta, ai, dá a chupeta
Dá a chupeta pro bebê não chorar!
Dorme filhinho do meu coração
Pega a mamadeira em vem entra no meu cordão
Eu tenho uma irmã que se chama Ana
De piscar o olho já ficou sem a pestana
Eu olho as pequenas, mas daquele jeito
E tenho muita pena não ser criança de peito
Eu tenho uma irmã que é fenomenal
Ela é da bossa e o marido é um boçal
Outras gravações conhecidas são as de Carmen Miranda (1939), Almirante (no rádio, 1946), Blecaute, A Banda do Pixinguinha (1967), Lyra de Xopotó, Marlene com Blecaute & Nuno Roland (1968), Wilson Simonal (1969), Altamiro Carrilho e Sua Bandinha, Coro popular de Samuel Rosemberg, Sílvio Caldas (1973), Banda do Canecão (1973), Banda de Ipanema (1977), Banda do Touguinha (1977), Gilberto Gil (1978), As Melindrosas (1978), Grupo dos Foliões (1978), A Patotinha (1978), Os Disconautas (1978), Samba Livre (1978), Os Versáteis, Rebels, A Grande Banda do Chopp (1979), Flabanda (1980), Banda Carnavalesca Cidade Maravilhosa (1981), Bloco Pierrôs & Colombinas (1981), Astrud Gilberto (1982), Banda Carioca, A Banda da Alegria (1983), Beth Carvalho (1984), Côro Oba Oba (1986), Tião Macalé (1989), Banda Rio-Copa (1991), Comando Geral, Banda da Galera, Banda Gol (1998), entre outras.
Desacreditada no início pelos próprios autores, “Mamãe, eu quero” apresentou não apenas um grande êxito de crítica e de público, como também um dos primeiros sucessos da música brasileira em terras americanas. Foi levada para os EUA em 1939, pelos integrantes de uma orquestra americana que se apresentara em 1937 no Cassino da Urca. Mais tarde foi incluída no repertório de Carmen Miranda, por exigência do próprio público de lá.
“Mamãe, eu quero” surgiu numa época em que a marchinha se firmava definitivamente como um dos gêneros carnavalescos por excelência. O tom irônico, humorístico e malicioso agradou em cheio aos nossos foliões.
A composição foi criada faltando apenas alguns meses para o início do carnaval de 37. Jararaca mostrou-a ao amigo Vicente Paiva, na época o diretor artístico da Odeon. A gravadora não queria que Jararaca a lançasse, alegando que ele, não sendo cantor, poderia comprometer a sua própria imagem de humorista. Para intérprete foi então escolhido Luis Barbosa, que acabou recusando, por não se tratar de uma música que lhe agradasse. Devido à pressa, a única alternativa era mesmo a interpretação de Jararaca. E foi o que aconteceu. Vicente Paiva assumiu os riscos pela gravação, que foi realizada sem ensaios prévios ou maiores requintes.
Jararaca chegou a declarar que a música foi inspirada nele mesmo, pois era um menino muito "mamão".
“Mamãe, eu quero” serviu até para campanha eleitoral. Candidatando-se a uma vaga na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro pelo PCB, Jararaca compôs uma segunda versão para a música, que, segundo o jornal A Manhã, de 19 de dezembro de 1946, foi cantada a exaustão durante um comício do PCB na praia do Russel.
Extraído do “Ao chiado brasileiro”
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