Fato consumado
Eu quero ver você mandar na razão
Pra mim não é qualquer notícia que abala um coração
Eu quero ver você mandar na razão
Pra mim não é qualquer notícia que abala um coração
Eu quero ver você mandar na razão
Pra mim não é qualquer notícia que abala um coração
Se toda hora é hora de dar decisão, eu falo agora
No fundo eu julgo o mundo um fato consumado e vou embora
Não quero mais, de mais a mais, me aprofundar nessa história
Arreio os meus anseios, perco o veio e vivo de memória
Eu quero é viver em paz
Por favor me beije a boca
Que louca, que louca!
Eu quero é viver em paz
Por favor me beije a boca
Que louca, que louca!
Pra mim não é qualquer notícia que abala um coração
Eu quero ver você mandar na razão
Pra mim não é qualquer notícia que abala um coração
Eu quero ver você mandar na razão
Pra mim não é qualquer notícia que abala um coração
Se toda hora é hora de dar decisão, eu falo agora
No fundo eu julgo o mundo um fato consumado e vou embora
Não quero mais, de mais a mais, me aprofundar nessa história
Arreio os meus anseios, perco o veio e vivo de memória
Eu quero é viver em paz
Por favor me beije a boca
Que louca, que louca!
Eu quero é viver em paz
Por favor me beije a boca
Que louca, que louca!
A CANÇÃO CONTADA
Na segunda metade da década de 1970, com as gravações de “Fato consumado” (75), “Flor-de-Lis” (76) e “Cerrado” (78), Djavan, um jovem negro da periferia de Maceió (AL), balançava as estruturas da música popular brasileira, trazendo para o seio da “flor amorosa” mais uma das muitas possibilidades do samba.
Era a sincopação dos anos 40 levada a extremos que nem a bossa-nova ousara. Era o samba entortado e ainda mais balançado que o do “Balanço zona sul”. Era, enfim, o samba feito para dançar. E os frutos dessa safra bendita são, até hoje, mais de 30 anos passados, presença obrigatória no repertório de qualquer bom baile (e não arrasta-pé) que se preze.
Mas esse samba radicalmente sincopado de Djavan parece que só agradava, pelo menos no Rio de Janeiro, àquela parcela da população que, por razões econômicas, de moradia e de oportunidades, permanece afastada do chamado “circuito cultural”, que vai dos aeroportos aos vernissages; dos teatros às livrarias; e que, da zona sul pra cá, chega no máximo até a Candelária. Enxergando, certamente, poucas possibilidades de mercado junto a esse público de “duros”, a indústria fonográfica transnacional, pelo que supomos, parece ter convencido Djavan a jogar seu irresistível sincopado fora para produzir uma obra mais alinhada com o pop-rock hoje hegemonicamente vigente em escala planetária. Aí, o Djavan internacionalizado chegou até Stevie Wonder, Carmen McRae, Al Jarreau e Manhattan Transfer. No que fez muito bem, também achamos. Só que nós aí, literalmente, perdemos o rebolado.
Extraído do blog “Cultura, papo e outras coisas...”, de Vicente Portela
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