Te esperei
Te esperei
Vinte e quatro horas ou mais
De cada dia que eu vivi
Te esperei
Mais de sete dias por semana
Sem um só dia te trair
Te esperei
Te esperei mais de nove meses
Sem poder parir
Te esperei
Te esperei mais de doze vezes
Doze meses
E te esperava
Até um novo século surgir
Te esperei
Vinte marços
E mais fevereiros
Eu te esperei
E espero ainda
Nos campos
Nos mares
E nas avenidas
Nesse novo janeiro
Quero te dar boas vindas
Te esperei
Vinte e quatro horas ou mais
De cada dia que eu vivi
Te esperei
Mais de sete dias por semana
Sem um só dia te trair
Te esperei
Te esperei mais de nove meses
Sem poder parir
Te esperei
Te esperei mais de doze vezes
Doze meses
E te esperava
Até um novo século surgir
Te esperei
Vinte marços
E mais fevereiros
Eu te esperei
E espero ainda
Nos campos
Nos mares
E nas avenidas
Nesse novo janeiro
Quero te dar boas vindas
Te esperei
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A CANÇÃO CONTADA
Esta música é talvez a mais importante que fiz com Capinam, pois foi a nossa primeira parceria e foi feita com muita paixão. Foi feita em um momento cheio de muita emoção, de dor e de muita esperança, foi dentro do clima das “Diretas Já”. Falei dor porque eu tinha perdido meu filho Daniel (4 anos) e o Capinam tinha perdido também a Virginia, sua namorada. Quando acabamos a musica, levei o Capinam para o estúdio WR do amigo Rangel e lá o fiz declamar o poema inteiro e musiquei parte dele. Ficou emocionante o poeta declamando e chorando quando fala o nome da Virginia. Depois ele declamou no disco do Gonzaguinha com orquestra e tudo, mas, a nossa, sem superprodução, é, segundo Paulinho da Viola, a melhor, com o que concordo plenamente. Logo que gravamos em Salvador, o Capinam mostrou para o Gonzaguinha, o Fagner e Beth Carvalho em um encontro sobre direitos autorais em Minas e as belas antenas deles colocaram a musica no cenário nacional através do disco do Fagner e do Gonzaguinha, se bem que no disco do Gonzaguinha ele não faz nenhuma referência ao meu nome. Na época fiquei bem chateado, pois a idéia original foi minha e ele me consultou se podia usar a forma, fui com o Capinam até o estúdio lá na Barra no Rio, mas no final não fez nenhuma referência ao meu nome no encarte do disco. Já com o Fagner foi diferente, ele foi corretíssimo e, de quebra, levou a Beth Carvalho pra cantar. Algum tempo depois, lançaram um disco da obra do Capinam, e entrou a gravação original do poema clique aqui! , declamado pelo Capinam com meu solo de violão daquele meu disco independente e que nunca foi passado para CD.
"Entrevista dada por Gereba"