quinta-feira, 29 de julho de 2010

"Evangelho"

Evangelho

Eta mundo que a nada se destina
Se maior se faz, mais se arruína
Se mais quer servir, mais nos domina
Se mais vidas dá, são mais os danos
Se mais deuses há, mais são profanos
Estes pobres de nós seres humanos

Eta vida, essa vida de infelizes
Quanto mais coração, mais cicatrizes
No amor é que a dor cria raízes
De dentro do bem é que o mal trama
Da felicidade cresce o drama
Dessas tristes de nós vidas humanas

Eta tempo que em pouco nos devora
O pavio da vela apagará
Quanto mais se partir tempos afora
Mais nos tempos de agora se estará
E mais tarde quando o tempo melhora
A nossa mocidade onde andará?

Eta morte que acaba tempo e vida
O mundo não conseguiu saída
É o fim mas pode ser o começo
Quem tenta fugir faz sempre o avesso
E quanto mais vidas se cultiva
Mais a morte alimenta a roda viva


Evangelho (Dori Caymmi & Paulo Cesar Pinheiro) - Dori Caymmi(1982)
clique aqui!

Evangelho (Dori Caymmi & Paulo Cesar Pinheiro) - MPB4(1975)

Evangelho (Dori Caymmi & Paulo Cesar Pinheiro) - Paulo Cesar Pinheiro ao vivo(1976)

Evangelho (Dori Caymmi & Paulo Cesar Pinheiro) - Dori Caymmi & Paulo Cesar Pinheiro ao vivo



A CANÇÃO CONTADA

Em 2010, Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro completam 41 anos de parceria.

A canção “Evangelho”, composta em 1969, marcou o início da parceria. De lá

para cá, fizeram juntos mais de 60 músicas.



quinta-feira, 22 de julho de 2010

"Chegou a bonitona"

Chegou a bonitona

Mas olha só, oh pessoal
Que bonitona
Olha o pedaço que acabou de chegar
Agora sim o pessoal com a chegada dessa Dona
O nosso samba tem que melhorar

Mas olha só, oh pessoal
Que bonitona
Olha o pedaço que acabou de chegar
Agora sim o pessoal com a chegada dessa Dona
O nosso samba tem que melhorar

Temos flauta, cavaquinho e violão
Temos pandeiro pra fazer a marcação
Temos espaço no terreiro pra sambar
E uma noite linda de luar

Agora acaba de chegar a bonitona
Requebrando pra lá
Requebrando pra cá
Cadê o moço?
Cadê o dono dessa Dona?
Se não tá vou me atracar

Mas olha só, oh pessoal
Que bonitona
Olha o pedaço que acabou de chegar
Agora sim o pessoal com a chegada dessa Dona
O nosso samba tem que melhorar

Mas olha só, oh pessoal
Que bonitona
Olha o pedaço que acabou de chegar
Agora sim o pessoal com a chegada dessa Dona
O nosso samba tem que melhorar

Temos flauta, cavaquinho e violão
Temos pandeiro pra fazer a marcação
Temos espaço no terreiro pra sambar
E uma noite linda de luar

Agora acaba de chegar a bonitona
Requebrando pra lá
Requebrando pra cá
Cadê o moço?
Cadê o dono dessa Dona?
Se não tá vou me atracar

Temos flauta, cavaquinho e violão
Temos pandeiro pra fazer a marcação
Temos espaço no terreiro pra sambar
E uma noite linda de luar

Agora acaba de chegar a bonitona
Requebrando pra lá
Requebrando pra cá
Cadê o moço?
Cadê o dono dessa Dona?
Se não tá eu vou pegar


Chegou a bonitona (Geraldo Pereira & Jose Batista) - Blecaute(1948)
clique aqui!

Chegou a bonitona (Geraldo Pereira & Jose Batista) - Nadinho da Ilha(2005)

Chegou a bonitona (Geraldo Pereira & Jose Batista) - Luiz Melodia ao vivo

quarta-feira, 7 de julho de 2010

"Na cadencia do samba"

Na cadência do samba

Que bonito é
Ver um samba no terreiro
Assistir a um batuqueiro
Numa roda improvisar

Que bonito é
A mulata requebrando
Os tambores repicando
Uma escola desfilar

Que bonito é
Pela noite enluarada
Numa trova apaixonada
Um cantor desabafar

Que bonito é
Gafieira salão nobre
Seja rico, seja pobre
Todo mundo a sambar

O samba é romance
O samba é fantasia
O samba é sentimento
O samba é alegria

Bate que vá batendo
A cadência boa que o samba tem
Bate que repicando
Pandeiro vai, tamborim também


Na cadencia do samba (Luis Bandeira) - Arranco de Varsovia(2005)

Na cadencia do samba (Luis Bandeira) - Conjunto Nosso Samba(1974)

Na cadencia do samba (Luis Bandeira) - Ed Maciel(1957)

Na cadencia do samba (Luis Bandeira) - Elizeth Cardoso(1958)

Na cadencia do samba (Luis Bandeira) - Orquestra de Contrabaixos Tropical



A CANÇÃO CONTADA

Para muitos o cinema é o conjunto dos grandes filmes. Para outros, o cinema não passa de uma técnica de ilusão. Mas para aquele que quer conhecer a história do século XX, para quem busca desvendar o segredo dos deuses e das lendas do homem contemporâneo, o cinema é, sem qualquer dúvida, a mais importante das fontes de informação.

Daí a importância dos cinejornais. Como gênero de cinema, em todo o mundo, o cinejornal esteve presente registrando o século. No Brasil desde os anos cinqüenta, o CANAL 100 criou a legenda dos grandes cinejornais.

O criador Carlos Niemeyer, começou a fazer cinema nos anos 50, produzindo com Jean Manzon alguns documentários sobre o Rio de Janeiro. Em 1958 fundou sua própria produtora que mais tarde se especializou em cinejornal, surgia o Canal 100 que de 1959 à 1986 produziu um cinejornal por semana, formando um importante acervo cinematográfico dos acontecimentos jornalísticos da época. (aproximadamente setenta mil minutos de imagens)

O nome Canal 100 foi uma analogia à televisão que até recentemente se identificava pelo número do Canal. Canal 13(Tv Rio), Canal 6 (Tv Tupi), Canal 4 (Tv Globo), etc. Canal 100 era na visão de Carlos Niemeyer um número inatingível pela Televisão.

Desde 1959 as lentes do CANAL 100 tentam inovar; Seja na simples criação das vinhetas, ou na "mis en scene" da montagem, e principalmente nas filmagens, onde sobressaiu , Francisco Torturra , o melhor cinegrafista de futebol da história dos cinejornais. Tudo sob a supervisão de Carlos Niemeyer.

Na parte musical , foram compostas trilhas para cada vinheta do jornal, uma delas com partituras do maestro Tom Jobim. No futebol, após diversas tentativas, descobriu-se o samba de Luis Bandeira, "Na cadencia do Samba" que virou hino e trilha sonora do futebol brasileiro.

Criador de um estilo próprio, foi no futebol que a marca do nosso jornal se tornou mais famosa. O perfeito casamento entre o maior esporte do mundo e a síntese de todas as artes, o cinema.

Como dizia Nelson Rodrigues: "Foi a equipe do CANAL 100 que inventou uma nova distância entre o torcedor e o craque, entre o torcedor e o jogo, grandes mitos do nosso futebol, em dimensão miguelangesca, em plena cólera do gol. Suas coxas plásticas, elásticas enchendo a tela. Tudo o que o futebol brasileiro possa ter de lírico, dramático, patético, delirante…"

Mas, apesar de todo o sucesso, os tempos mudaram e em 1985 o ministério da Cultura do Governo Figueiredo, apoiado pelos lobistas do cinema americano, inviabilizou a produção, proibindo a propaganda comercial em cine-jornal. Era o fim do futebol do Canal 100 e de um estilo brasileiro de fazer cinema.

"Extraído do site do Canal 100"

A música tema do canal 100, “NA CADÊNCIA DO SAMBA (Que Bonito é)” é uma composição de Luis Bandeira, mas a gravação usada pelo canal 100 era do LP "FEITO PARA DANÇAR" da década de 50, de Waldir Calmon e sua Orquestra clique aqui!.

Como em toda produção visual, a trilha sonora do Canal 100 era tratada com muita atenção pelos realizadores do cinejornal, e cada assunto recebia uma vinheta própria. Uma das trilhas, por exemplo, era baseada em partituras do músico Tom Jobim. Para os momentos do futebol, após diversas tentativas, escolheu-se a música "Na cadência do samba", de Luis Bandeira, até hoje um hino do futebol brasileiro. Curiosamente, a letra não faz nenhuma referência ao futebol; mesmo assim, a associação que se estabeleceu entre esta melodia e as imagens do cinejornal fez com que o samba se tornasse um símbolo entre as músicas de futebol.

"Escrito por Regina Rocha"

terça-feira, 29 de junho de 2010

"As minhas meninas"

As minhas meninas






Olha as minhas meninas
As minhas meninas
Pra onde é que elas vão
Se já saem sozinhas
As notas da minha canção
Vão as minhas meninas
Levando destinos
Tão iluminados de sim
Passam por mim
E embaraçam as linhas

Da minha mão
As meninas são minhas Só minhas
Na minha ilusão
Na canção cristalina
Da mina da imaginação
Pode o tempo marcar seus caminhos
Nas faces com as linhas
Das noites de não
E a solidão maltratar as meninas

As minhas não
As meninas são minhas
Só minhas
As minhas meninas
Do meu coração


As minhas meninas (Chico Buarque) - Barbara Casini & Lee Konitz(2002)
clique aqui!

As minhas meninas (Chico Buarque) - Quarteto em Cy(1999)

As minhas meninas (Chico Buarque) - Projeto Meretrio ao vivo



A CANÇÃO CONTADA

As minhas meninas (Chico Buarque) - Chico Buarque (1987)

terça-feira, 22 de junho de 2010

"Beatriz"

Beatriz

Olha Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Aí, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz

Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia

Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia
Despencar do céu
E se os pagantes exigirem biz
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida


Beatriz (Edu Lobo & Chico Buarque) - Claudya & Zimbo Trio(1994)
clique aqui!

Beatriz (Edu Lobo & Chico Buarque) - Edu Lobo & Milton Nascimento(1995)

Beatriz (Edu Lobo & Chico Buarque) - Gal Costa & Jaques Morelenbaum(1996)

Beatriz (Edu Lobo & Chico Buarque) - Marianna Leporace & Sheila Zagury(2000)

Beatriz (Edu Lobo & Chico Buarque) - Tom da Terra(1995)

Beatriz (Edu Lobo & Chico Buarque) - Elenora Greca & Wanderley Lopes ao vivo(2008)


A CANÇÃO CONTADA

Notas sobre Beatriz
Por Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello

Letra

"O médico de câmara da imperatriz Teresa - Frederico Knieps / resolveu que seu filho também fosse médico / mas o rapaz fazendo relações com a equilibrista Agnes / com ela se casou, fundando a dinastia do Circo Knieps." Com esses versos Jorge de Lima começava em 1938 o poema surrealista "O Grande Circo Místico", inspirado num fato real ocorrido na Áustria no século XIX. Quarenta e cinco anos depois, Edu Lobo e Chico Buarque criariam a trilha musical para um bailado homônimo, baseado no poema, atendendo a uma encomenda do Balé Guaíra, do Paraná. No repertório composto, com relevantes arranjos do maestro Chiquinho de Morais, destacou-se a valsa "Beatriz", uma metáfora da vida de atriz, também surrealista e de excepcional qualidade: "Olha / será que é uma estrela / será que é mentira / será que é comédia / será que é divina / a vida da atriz..." De interpretação difícil, em razão de sua extensão vocal, dos intervalos melódicos e das modulações, "Beatriz" ganhou uma gravação definitiva de Milton Nascimento clique aqui!, que afir-ma: "'Beatriz' é minha." Edu fez a música em tempo relativamente curto, com "a certeza de que ia ficar legal", ao contrário de Chico, que demorou para completar a letra, sendo a composição uma das últimas do bailado a ser concluída. A escolha de Milton para intérprete foi resolvida de imediato pelos autores, pois somente ele, com a naturalidade de que é capaz de fazer a passagem da voz normal para o falsete, poderia gravar "Beatriz". Na hora da gravação, Milton ficou no estúdio apenas com o pianista Cristóvão Bastos e na terceira tomada cantou a versão escolhida. Posteriormente, foram acrescentadas umas pinceladas de cordas pelo arranjador Chiquinho de Morais. Sem jamais ter entrado em paradas de sucesso, "Beatriz" acumulou prestígio ao longo do tempo, impondo-se por sua beleza como um clássico da moderna música brasileira. Do começo ao fim, sua partitura tem um desenvolvimento encantador, no mesmo nível de criação dos grandes compositores de qualquer época ou país. No formato A-A-B-A, a melodia de A parte de uma célula ("será que ela é moça"), aproveitada cinco vezes em movimento harmônico ascendente, com pequenas alterações, destacando-se os acidentes na última, sobre as sílabas "rosto", do verso "o rosto da atriz". Segue-se ainda em A uma sucessão de colcheias ("se ela dança no sétimo céu"), culminando em duas notas longas (semínimas pontuadas na palavra "vida"), que funcionam como uma pausa e, na repetição de A, como preparação para a segunda parte. Em B a tonalidade sobe uma quinta aumentada, pois a modulação que vem de mi bemol passa a si natural. Neste ponto a interpretação se torna ainda mais difícil , tanto por se atingir a nota mais grave da composição , na palavra "chão" (da frase "me ensina a não andar com os pés no chão"), quanto pelos saltos melódicos, acrescidos de outros acidentes primorosamente colocados, como no verso "quantos desastres tem na minha mão". Tempos depois de a música gravada, Edu e Chico descobriram uma coincidência: a nota mais grave da canção cai na palavra "chão" e a mais aguda na palavra "céu".

Entrevista para a Revista Nossa América

Letra

Chico: - E só tem graça aceitar uma encomenda quando você pode ser infiel ao que foi encomendado, quando você pode tomar certas liberdades. Quando eu estava fazendo as letras para as músicas de Edu Lobo, no balé "O grande circo místico", havia um tema para a equilibrista que eu não conseguia solucionar. No poema de Jorge de Lima, a equilibrista se chamava Agnes, que aliás é um belo nome, mas a letra não saía. Então troquei Agnes por Beatriz, transformei a equilibrista em atriz e coloquei-a no sétimo céu, em homenagem à Beatrice Portinari, de Dante. Beatriz carregando minhas obsessões..."

Acompanhados por Cristovao Bastos, Edu lobo e Chico Buarque contam a história e cantam "Beatriz":

http://www.youtube.com/watch?v=sot-VtDsv3U




sexta-feira, 11 de junho de 2010

"Senhorinha"

Senhorinha

Senhorinha, moça de fazenda antiga, prenda minha
Gosta de passear de chapéu, sombrinha
Como quem fugiu de uma modinha

Sinhazinha, no balanço da cadeira de palhinha
Gosta de trançar seu retrós de linha
Como quem parece que adivinha (amor)

Será que ela quer casar
Será que eu vou casar com ela
Será que vai ser numa capela
De casa de andorinha

Princesinha, moça dos contos de amor da carochinha
Gosta de brincar de fada-madrinha
Como quem quer ser minha rainha

Sinhá mocinha, com seu brinco e seu colar de água-marinha
Gosta de me olhar da casa vizinha
Como quem me quer na camarinha (amor)

Será que eu vou subir no altar
Será que irei nos braços dela
Será que vai ser essa donzela
A musa desse trovador

Ó prenda minha, ó meu amor
Se torne a minha senhorinha


Senhorinha (Guinga & Paulo Cesar Pinheiro) - Hamilton de Holanda(2007)

Senhorinha (Guinga & Paulo Cesar Pinheiro) - Monica Salmaso(1999)

Senhorinha (Guinga & Paulo Cesar Pinheiro) - Nana Caymmi(2009)

Senhorinha (Guinga & Paulo Cesar Pinheiro) - Dani Spielmann & Marcelo Goncalves ao vivo(2009)


Senhorinha (Guinga & Paulo Cesar Pinheiro) - Duo Maia/Sampaio



A CANÇÃO CONTADA

Guinga fez essa música pensando em suas duas filhas quando eram pequenas. Foi quando ele visitou uma fazendo no Estado do Rio de Janeiro com a filhinha mais nova que era muito doente, não se alimentava e chegou quase a morrer e nesse dia ela esteve muito bem, se alimentando, se divertindo, sorrindo. Quando Guinga chegou em casa ele compôs essa música e dedicou a sua filha. Contou essa história para o Paulo Cesar Pinheiro sobre esse dia maravilhoso e foi aí que ele colocou a letra falando sobre essa moça de fazenda. Ele próprio conta a história num trecho do filme "Brasileirinho" e em seguida acompanha Zezé Gonzaga interpretando "Senhorinha". A gravação foi feita no Teatro Municipal de Niterói:


"Senhorinha" teve sua primeira gravação (Ronnie Von) incluída na trilha da telenovela "Sinhá-Moça" em 1986 com o nome de "Sinhaninha" clique aqui! , já o autor (Guinga) só foi gravá-la em 2003 clique aqui! .

terça-feira, 1 de junho de 2010

"Vim"

Vim

Vim com minhas dores, meus medos
Te contar tantos segredos
Como se eu fosse um amigo
Vim com uma canção tão dolorida
Tanto a vida mal vivida
No silêncio onde me abrigo
Vim e vim dizer-te o que já sabem
O medo e a dor não cabem
Nesse amor que eu inventei
Vim e trago hoje uma saudade
De mim mesmo, eis a verdade
Tantos rumos, tanta vida...
E só hoje te encontrei.


Vim (Eduardo Souto Neto & Sergio Bittencourt) - Pedrinho Mattar(1971)
clique aqui!

Vim (Eduardo Souto Neto & Sergio Bittencourt) - Taiguara(1969)

Vim (Eduardo Souto Neto & Sergio Bittencourt) - Waleska(1974)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

"Amigo e casa"

Amigo é casa

Amigo é feito casa que se faz aos poucos
e com paciência pra durar pra sempre
Mas é preciso ter muito tijolo e terra
preparar reboco, construir tramelas
Usar a sapiência de um João-de-barro
que constrói com arte a sua residência
há que o alicerce seja muito resistente
que às chuvas e aos ventos possa então a proteger
E há que fincar muito jequitibá
e vigas de jatobá
e adubar o jardim e plantar muita flor toiceiras de resedás
não falte um caramanchão pros tempos idos lembrar
que os cabelos brancos vão surgindo
Que nem mato na roceira
que mal dá pra capinar
e há que ver os pés de manacá
cheínhos de sabiás
sabendo que os rouxinóis vão trazer arrebóis
choro de imaginar!
pra festa da cumieira não faltem os violões!
muito milho ardendo na fogueira
e quentão farto em gengibre
aquecendo os corações
A casa é amizade construída aos poucos
e que a gente quer com beira e tribeira
Com gelosia feita de matéria rara
e altas platibandas, com portão bem largo
que é pra se entrar sorrindo
nas horas incertas
sem fazer alarde, sem causar transtorno
Amigo que é amigo quando quer estar presente
faz-se quase transparente sem deixar-se perceber
Amigo é pra ficar, se chegar, se achegar,
se abraçar, se beijar, se louvar, bendizer
Amigo a gente acolhe, recolhe e agasalha
e oferece lugar pra dormir e comer
Amigo que é amigo não puxa tapete
oferece pra gente o melhor que tem e o que nem tem
quando não tem, finge que tem,
faz o que pode e o seu coração reparte que nem pão.


Amigo e casa (Capiba & Herminio Bello de Carvalho) - Lenine & Ze Renato(2005)
clique aqui!

Amigo e casa (Capiba & Herminio Bello de Carvalho) - Zélia Duncan & Ze Renato ao vivo(2005)



Amigo e casa (Capiba & Herminio Bello de Carvalho) - Zélia Duncan & Simone(2008)



A CANÇÃO CONTADA

"A amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro”

A afirmativa foi de "Platão".

quarta-feira, 19 de maio de 2010

"Mente ao meu coracao"

Mente ao meu coração

Mente ao meu coração
que cansado de sofrer
só deseja adormecer
na palma da tua mão
conta ao meu coração
história das crianças
para que ele reviva
as velhas esperanças

Mente ao meu coração
mentiras cor-de-rosa
que as mentiras de amor
não deixam cicatrizes
e tu és a mentira mais gostosa
de todas as mentiras que tu dizes


Mente ao meu coracao (Francisco Malfitano) - Celia & Dino Barioni(2007)
clique aqui!

Mente ao meu coracao (Francisco Malfitano) - Paulinho da Viola(1976)


Mente ao meu coracao (Francisco Malfitano) - Silvio Caldas(1938)

Mente ao meu coracao (Francisco Malfitano & Pandia Pires) - Maria Rita & Orquestra de Jazz de Matosinhos ao vivo(2009)


Mente ao meu coracao (Francisco Malfitano & Pandia Pires) - Maria Rita & Quinteto em Branco e Preto(2009)


domingo, 16 de maio de 2010

"Cancao do nosso amor"

Canção do nosso amor

Ah!
Toda canção de amor
Me faz lembrar do nosso amor, nosso amor
Toda vez que uma canção
Me faz sonhar
Toda vez uma canção
Me lembra de você
Me lembra dos seus olhos
Lindos como a lua
Brilhantes como estrelas
Alegres de felicidade
Olha meu amor
Eu só me lembro de você

Ah!
Toda canção de amor
Me faz lembrar o nosso amor, nosso amor
Nosso amor que já merece uma canção
Nosso amor que eu prometi
Um dia lhe daria
Com letra dessa vida
Fazer a melodia
A linda melodia
Canção do nosso amor.


Cancao do nosso amor (Adilio Silveira & Dalto Medeiros) - Martinha(1972)
clique aqui!

Cancao do nosso amor (Adilio Silveira & Dalto Medeiros) - Nana Caymmi(1988)

Cancao do nosso amor (Adilio Silveira & Dalto Medeiros) - Tito Madi(1976)

Cancao do nosso amor (Adilio Silveira & Dalto Medeiros) - Pery Ribeiro(1971)


A CANÇÃO CONTADA

Dalto (compositor/cantor) clique aqui! é filho de Seu Dalto, do poeta Dalto Medeiros, parceiro de Adilio Silveira, grande contrabaixista e violonista. Uma dupla da maior qualidade, respeitada na cidade de Niterói (RJ), com músicas gravadas pela nata da bossa nova como o "Tamba Trio" clique aqui!. Autores de “Canção do nosso amor” Um verdadeiro clássico! Neste disco do Tamba Trio (1966), o então jovem compositor Edu Lobo, escrevendo a contra-capa, comparou a canção do Silveirinha às canções de Tom Jobim.

Para falarmos um pouco mais da emblemática figura que foi Silveirinha, Maria Ignês, gentilmente enviou, para o excelente blog "Toque Musical" toda a história do “Samba Show”, conjunto que que teve a participação de Adilio Silveira (Silveirinha):

Estou te mandando a capa original do disco " Apresentando Samba Show " (1964). Com toda certeza os músicos deste conjunto não foram informados na época do relançamento do disco com essa capa que é mostrada no blog. Concordo, o disco é maravilhoso. Na contra capa tem o nome e a história do conjunto. Vou fornecer alguns dados: o baixista Romildo F. Cardozo foi o arranjador dos sopros do último CD do Durval Ferreira. Mayuto Rodrigues, ritmista que também está na capa, é um músico consagrado no EUA, trabalhou com músicos famosos com, Frank Sinatra, Cannoball, H. Hancock, Santana e outros - continua tocando, hoje em Los Angeles. Ivo Caldas conceituado baterista que na época tinha apenas 18 anos, mesmo assim já tinha tocado (com 16 anos) com Booker Pittiman substituindo Dom Um. Quando o conjunto acabou foi tocar com com Rosinha de Valença, Tim Maia, Cauby Peixoto, Ed. Lincoln, 20 anos tocando com Johny Alff, 20 anos tocando com Marcos Valle, Roberto Menescal, Wanda Sá. Foi ainda o baterista no CD "Amendoira" do Bebeto Castilho, ex-Tamba Trio. Mirabaux um dos maiores guitarristas do Brasil, tocou com Ed. Lincoln, Lana Bittencourt, Cauby Peixoto... e continua tocando. Paulinho e Maciel os cantores, e Joel Nunes o organista são falecidos. O vibrafonista, também já falecido, Fernando Godoy que aparece na foto, não pode participar das gravações porque o vibrafone não afinava com o órgão. Na época não tinha computadores que hoje em dia acaba acertando tudo. Sérgio Marinho, ritmista e empresário do grupo. O violão acústico foi feito por Silveira grande compositor de Niterói que teve músicas gravadas por Sérgio Mendes clique aqui!, Raul de Souza clique aqui!, só para citar, "Canção do nosso amor" e tantas outras. Na música "Mania da vovó" quem faz a voz da vovó é ele, Silveirinha clique aqui!. Resumindo, o disco "Apresentando Samba Show" foi gravado em 3 canais no período de gravação das 09:00h às 15:00 h, nesse tempo o disco ficou todo pronto. Neste dia, quando os músicos saíram do estúdio, entrou o jovem Roberto Carlos para gravar “O calhambeque". O prefixo do conjunto foi feito por Dalto (pai do cantor Dalto) e Silveira. Sei disso tudo porque eu estava lá, acompanhava todos os bailes do grupo. A foto da capa foi tirada no Clube de Regatas Icaraí em Niterói.

Completando a análise feita, o músico Sérgio Marinho, que pertenceu ao conjunto “Samba Show” acrescentou que o grupo nasceu do término do conjunto que levava o seu nome “Sérgio Marinho e seu Conjunto”. Sentindo a necessidade de modernização, lançou o conjunto “Samba Show” mantendo Maciel, Paulinho, Mário Fernando e Joel Nunes. Convidando a fazer parte do “Samba Show” o baterista Ivo Caldas, Mirabeaux Pinheiro, Mailton Rodrigues e Romildo Cardoso.

Com Poucos meses de lançado, tendo como local o Clube dos Oficias da Polícia Militar do Rio de Janeiro, passou a se apresentar em festividades de Niterói e São Gonçalo, bem como de outros municípios que anteriormente eram apresentados por conjuntos e orquestras do Rio de Janeiro. Com 6 meses de formado, apresentando um baile no “Clube de Regatas Icaraí” foi convidado pelo compositor Jorge Smera a gravar o primeiro disco, ou seja, o da capa, trazendo o diretor da gravadora C.B.S. ao local de ensaio, cito a rua Teixeira de Freitas no bairro do Fonseca, residência do senhor Wilson Diniz a gravar este LP. Em tempo: fazer a todos cientes que o “Samba Show” foi o primeiro conjunto, no Estado do Rio de Janeiro, a possuir órgão eletrônico, sendo também várias vezes condecorado como o melhor do ano pelo Diário Carioca, Revista A Gaivota, Clube Esportivo Mauá, E.C. Vila Lage entre outros.

Na oportunidade, Sérgio Marinho agradeceu ao senhor Evandro Ribeiro diretor da C.B.S. bem como o senhor Clóvis Mello que realizou a biografia da capa

Sergio Marinho (registro nº. 021 da Ordem dos Músicos do Brasil - Conselho Regional do Estado do Rio de Janeiro).