Meia volta ou Ana Cristina
Pelo olhar de Ana Cristina
já passaram tantas dores
que seus olhos de menina
já nem sonham mais
Mas seu jeito de tristinha
pode logo se acabar
se souber dar meia-volta
pra tristeza terminar
Vira, volta, vira a vida,
pelas voltas da alegria
E quem sabe Ana Cristina
pode então cantar
la la la la la la
Só quem der a meia-volta,
volta e meia vai cantar
la la la la la la...
Mas seu jeito de tristinha
pode logo se acabar
se souber dar meia-volta
pra tristeza terminar
Vira, volta, vira a vida,
pelas voltas da alegria
E quem sabe Ana Cristina
pode então cantar
la la la la la la
Só quem der a meia-volta,
volta e meia vai canta
la la la la la la...
já passaram tantas dores
que seus olhos de menina
já nem sonham mais
Mas seu jeito de tristinha
pode logo se acabar
se souber dar meia-volta
pra tristeza terminar
Vira, volta, vira a vida,
pelas voltas da alegria
E quem sabe Ana Cristina
pode então cantar
la la la la la la
Só quem der a meia-volta,
volta e meia vai cantar
la la la la la la...
Mas seu jeito de tristinha
pode logo se acabar
se souber dar meia-volta
pra tristeza terminar
Vira, volta, vira a vida,
pelas voltas da alegria
E quem sabe Ana Cristina
pode então cantar
la la la la la la
Só quem der a meia-volta,
volta e meia vai canta
la la la la la la...
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Meia volta ou Ana Cristina (Antonio Adolfo & Tiberio Gaspar) - Rogerio Flausino ao vivo
A CANÇÃO CONTADA
No dia do show, o Maracanãzinho era o Coliseu. Um barulho infernal sobrepujava com folga o som que vinha do palco - especialmente insuficiente nas delicadas harmonias de Marcos Valle ou nos desvarios psicodélicos de Gal Costa. Amáveis, as 30 mil pessoas aplaudiam e se divertiam como se aquilo fosse um sábado na praia, mas sem a menor intimidade com os acordes dissonantes ou com as páginas da Cashbox que Sergio Mendes comprava para divulgar seu trabalho. Mas tudo era festa. Até um vendedor de biscoitos foi aplaudido feito artista quando puxou um mar de braços com um saquinho branco. Já era noite quando Wilson Simonal e o Som Três subiram ao palco. "Me lembro como se fosse hoje da expressão no rosto do Simonal no momento em que ele subiu as escadas em direção ao palco do Maracanãzinho e percebeu que enfrentaria 30 mil pessoas", lembra César Mariano. "E 30 mil pessoas que estavam ali para assistir ao Sergio Mendes."
O receio fazia sentido, mas a fome daquelas pessoas por Simonal, todo mundo poderia supor, era grande. "De Cabral a Simonal" era a guinada mais franca de Simonal em direção ao gosto popular. Era um show sem medo de ser encerrado por "Meu limão, meu limoeiro", sem vergonha de enfileirar todos os hits, sem pudores em lançar, por duas horas, todos os ganchos possíveis para o fã carioca que o acompanhara na Excelsior por tantos anos - e que já não o via na telinha havia certo tempo. Ao mesmo tempo, depois de meses no Toneleros e Ginástico, algumas semanas no Bela Vista em São Paulo e outras no Canecão, o show estava fazendo parada na pequena e sofisticada boate Sucata, para um público carioca com dinheiro para gastar. Se "De Cabral a Simonal" já era um show repleto de apelo popular, o condensado de seis ou sete músicas que o cantor preparou para o Maracanãzinho tinha um poder de fogo concentrado.
A panela de pressão foi para os ares logo na música de abertura, "Meia-Volta (Ana Cristina)", uma midtempo escrita por Antônio Adolfo e Tibério Gaspar na sombra de "Sá Marina". Simonal acenou ao público, agradeceu os aplausos e abriu a boca para cantar: "Pelo
Olhar de Ana Cristina..." e 30 mil pessoas encheram seus jovens pulmões para cantar todo o resto da música: "...já passaram tantas dores/ que seus olhos de menina/ já nem sonham mais..." clique aqui!
Extraído do artigo "Trinta Mil por Um" - Biografia ajuda a entender o fenômeno de público que foi o cantor Wilson Simonal, o homem louvado por 30 mil vozes uníssonas no Rio de Janeiro, publicado no site www.rollingstone.com.br